Sempre tive uma ideia romântica da Itália e sempre tive muita vontade de conhecer, pelo que as expectativas eram muito elevadas quando resolvi que a próxima viagem seria um circuito pela irresistível Itália.
Desta vez a viagem foi combinada com mais 2 amigas e através de uma agência de viagens online.
Embarcámos em Março de 2016, muito entusiasmadas, era uma viagem de sonho para as três, mas devo já acrescentar que acabei um pouco desiludida, talvez mais pela organização e pelo guia turístico que apenas falava espanhol e demasiado rápido para eu conseguir acompanhar, do que pelo país, uma vez que sem dúvida que a Itália tem paisagens e monumentos maravilhosos.
O nosso roteiro de uma semana foi: Milão, Verona, Veneza, Pádua, Florença, Assis e Roma, foi todo feito de autocarro e fomos inseridas num grupo grande, com muitos espanhóis e alguns sul americanos, entre os quais algumas brasileiras muito simpáticas e igualmente perdidas com as explicações em espanhol do nosso guia, nós bem pedíamos para ele falar despacito mas...passado pouco tempo voltava ao mesmo.
Em Milão não tivemos a companhia do guia, e que bem que isso soube, andámos as três com um mapa em papel, à antiga, a orientar-nos pela cidade.
Devo dizer que fiquei, surpreendentemente, encantada com Milão.
Não visitámos o interior da catedral (Duomo de Milão), uma vez que não estava incluído e a fila era longa, optámos em vez disso por aproveitar o nosso tempo para desbravar a cidade a pé, para comer gelados (que são mesmo muito bons), para descobrir a Happy Hour num bar no Bairro Navigli (onde jantámos apenas a preço de bebida, uma bebida cara claro).
Percorremos a Galleria Vittorio Emanuele II, que devo dizer que é de facto majestosa, mas onde não nos atrevemos a fazer compras 🤣.
Eu adoro cappuccinos, como tal uma das primeiras coisas que fiz em Milão foi pedir um cappuccino, mas foi uma terrível desilusão...para começar porque vinha branco, isso mesmo, sem nada por cima, apenas branco da espuma, e de resto era um banal café com leite, no entanto devo dizer que os seguintes já foram melhores mas nunca mais esqueci aquela primeira desilusão.
Verona foi onde pudemos sonhar com a história de Romeo e Giulietta, através da visita à Casa da Julieta, onde nos permitem tirar fotografias na famosa varanda e até mesmo escrever uma carta moderna e digital para a Julieta, e foi onde cumprimos a primeira tradição (ou ritual ou superstição conforme preferirem).
Então, segundo dizem, quem tocar na maminha direita da senhora Julieta, no prazo de um ano vai encontrar o seu amor/alma gémea (antes que fiquem a pensar coisas adianto já que isso não aconteceu ahahah), mas cumprimos a tradição divertidamente e registámos o momento com a câmara fotográfica.
Seguimos para Veneza, e aí sim confesso que me senti e que parecia uma criança numa loja de doces, Veneza e a sua majestosa diferença arquitetónica foram uma delícia para mim, de todas as cidades que visitei em Itália a única à qual quero muito regressar é a Veneza.
É claro que fizemos o passeio de gôndola, sinceramente não me recordo do preço, mas seja o que for vale a pena, como ir a Veneza e não passear de gôndola?! Mesmo sendo uma experiência totalmente para turistas, na minha modesta opinião é imperdível.
A praça de São Marcos é um must see obviamente e vê-la a encher-se de água, como foi o caso, tem alguma coisa de especial, embora seja muito mau sinal...
Mas onde mais me deu prazer andar, e correr em alguma ocasiões, foi naquelas ruazinhas, passar por todas aquelas pontes, umas mais pequenas outras maiores, percorrer aqueles becos, que delícia mesmo, é tão diferente de todas as cidades que conheço, e sendo eu uma apaixonada por tudo o que é diferente, cativou-me grandiosamente.
O episódio mais caricato que aconteceu na viagem foi na manhã da partida de Veneza para Pádua, por incrível que pareça, mesmo com três pessoas a dormir no mesmo quarto é possível que nenhum despertador toque, isso mesmo, nenhum!
Resultado?
Acordámos sobressaltadas a olhar para as horas e quando percebemos que faltavam apenas alguns minutos para o nosso autocarro partir foi uma correria naquele quarto, dissemos adeus ao pequeno almoço incluído e só tivemos tempo de ir a correr para dentro do autocarro...em Pádua fizemos a visita "obrigatória" à Basílica de Santo António de Pádua, que contém alguns artefactos no mínimo estranhos, e o restante tempo aproveitámos para tomar um belo pequeno almoço.
Devo informar que não sou uma pessoa religiosa, nada mesmo, e a Itália é um país muito religioso, com muitas igrejas, basílicas e catedrais, e embora eu não ligue ao aspeto religioso, adoro contemplar a arquitetura, a arte e a riqueza, que são de uma beleza sem igual.
Em Florença cada canto que olhamos é um pedaço de história, aliás toda a Itália é assim, mas o que me marcou mais foi mesmo a Catedral de Santa Maria del Fiore, é de uma beleza estonteante, as cores e os detalhes são divinais, podia ficar horas a olhar apenas para a fachada da Catedral, que certamente iria encontrar sempre algo que ainda não tinha visto.
Subimos à cúpula e ao campanário, não me recordo quantos degraus foram no total mas tenho uma vaga ideia que eram mais de 700, foi uma experiência interessante e cansativa, sendo que a vista que temos lá do topo é fenomenal, sem dúvida que vale a pena.
A passagem por Assis foi agradável, visitámos a Basílica de São Francisco de Assis e ainda tivemos tempo para percorrer a pequena e pitoresca vila.
Também incluído no circuito estava a entrada no Vaticano, digo-vos que a quantidade de turistas que estão nas filas para entrar no Vaticano é desmotivante mas em viagem é algo que faz parte, às vezes, estar 1 ou 2 horas em filas, mas lá entrámos e é digno de se ver, embora não tenha apreciado, nem um bocadinho, a logística envolvida para os turistas entrarem na Sala onde estão os frescos de Rafael, parecia uma operação militar, onde nem nos deixavam fazer o mínimo ruído, é certo que contemplar os frescos é maravilhoso mas naquelas condições...a mim tirou-me a alegria do momento mas enfim.
Repito que não sou religiosa, mas estar na Praça de São Pedro, em frente à Basílica de São Pedro, mesmo sem ver o Papa, é emocionante, já que é um lugar único e de grande importância, e acrescento, de uma beleza sem palavras, ainda mais ao pôr do sol, que mimo para os meus olhos.
Terminámos o circuito em Roma, como não podia deixar de ser.
Fomos observar o Coliseu de diferentes perspetivas, menos do seu interior, novamente porque a visita não estava incluída e preferimos conhecer melhor o resto da cidade, mas visto de fora é igualmente grandioso.
Visitámos a Fontana de Trevi duas vezes, onde é muito difícil tirar uma fotografia em que não apareça ninguém, uma vez que é um local sempre cheio de turistas, aí concretizámos a segunda tradição que supostamente dá sorte ao amor, atirar duas moedas por cima do ombro, virados de costas para a fonte...reforço que para mim foi igual a não ter feito nada ahahah.
Em Roma tivemos novamente oportunidade de andar sozinhas, sem guia, é algo que me agrada, não estar dependente nem condicionada por ninguém, e assim deu para conhecer um pouco mais da cidade e ao nosso ritmo, é um pouco suja e velha sim, mas tem, sem dúvida alguma, o seu encanto.
Devo dizer que gostei de viajar com amigas, é completamente diferente, mas posso afirmar que prefiro viajar sozinha, e que depois desta viagem fiquei com uma enorme vontade de partir sozinha para um novo destino.
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