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Foto do escritorIolanda Pinto

Primeiro encontro com a Ásia (parte 2)

No dia 9 de Julho cheguei a Chiang Mai.

Optei por conhecer o norte da Tailândia em vez do sul, porque embora também goste de praia, preferi contactar mais com a essência tailandesa.


Nesse primeiro dia em Chiang Mai não tinha nada programado, pelo que andei a explorar a cidade, a pé claro, mais concretamente a zona antiga/histórica.

A zona histórica é muito fácil de ser reconhecida porque é delimitada por água e por muralhas (a maioria destruídas), e tem a forma de um quadrado, sendo que não é muito grande e torna-se bastante fácil percorrer tudo a pé.

É possível visitar alguns templos, uns mais conhecidos do que outros mas todos nos surpreendem com algum pormenor belo e distinto dos anteriores, mas para ser mesmo sincera, nesse dia, o que me deu mais prazer foi percorrer aquelas ruazinhas e simplesmente observar o movimento, e também uma visita a um Spa de Peixes (para os pés), algo que nunca tinha experimentado antes mas que adorei e voltei a repetir no ano seguinte noutro país.


Durante o dia vi alguma publicidade sobre uns combates de Muay Thai que iriam acontecer nessa mesma noite, como sou fã de artes marciais decidi questionar na receção do Hostel se ainda era possível reservar um lugar, o preço era um pouco elevado mas disseram que ainda dava para marcar, eu achei que fazia todo o sentido assistir a um combate de Muay Thai no berço desse desporto.

O recinto ficava na zona nova da cidade, sendo que além de alguns locais a fazer apostas, a maioria dos adeptos eram turistas, e assistimos a vários combates, entre crianças (eles começam muito cedo a praticar esse desporto) até jovens adultos, posso dizer que adorei a noite, desde todo o ritual que os lutadores realizam quando entram no ringue, até à música que permanecia mesmo durante a luta, foi uma experiência que me encheu as medidas.


Para os dias seguintes tinha reservado um pack de tours, mais concretamente 3 diurnos e 1 noturno.

No dia 10 de Julho o tour era só da parte da tarde, fui visitar o templo Doi Suthep, que se localiza fora de Chiang Mai mas ainda relativamente próximo da cidade, fica no cimo de uma montanha, o que faz com que tenha uma vista privilegiada sobre os arredores, inclusive de Chiang Mai.

Esse templo é muito conhecido, dono de uma beleza extravagante com o seu tom quase sempre dourado, a escada para chegar até ao templo apresenta um corrimão que é o corpo de um dragão mas com várias cabeças, o que se torna perfeito para as tão desejadas fotografias de viagem.


Nessa noite tinha reservado um jantar especial, denominado Kantoke e com direito a show de dança tailandesa.

Vesti o meu melhor vestido para a ocasião mas que se revelou algo inapropriado, uma vez que esse jantar típico era servido no chão (com um tabuleiro), não existindo nem mesas nem cadeiras, a empregada "de mesa" vendo o meu desconforto para tentar encontrar uma posição adequada para me sentar com o meu adorável vestido curto, trouxe-me um pano grande o suficiente para eu tapar as pernas, fiquei imensamente agradecida com o gesto.

O show de dança foi diferente do que já tinha visto até aquele momento, considerei bonito, delicado e muito colorido, quanto ao jantar consegui comer algumas coisas (porque sou muito pouco tolerante a picante), mas no geral foi uma noite divertida e muito bem passada.


No dia 11 de Julho acordei com um misto de sentimentos, porque por um lado a Seleção Portuguesa tinha-se tornado Campeã Europeia de Futebol, por outro lado eu tinha perdido esse jogo histórico...

Nesse dia o tour levou-nos ainda mais para norte, fomos conhecer o Triângulo Dourado, que é a zona onde a Tailândia faz fronteira com o Laos e com Myanmar, fizemos um cruzeiro no rio Mekong e até tivemos oportunidade de pisar o solo do Laos, onde nos tentaram vender alguns produtos típicos.


Ainda antes de chegar ao Triângulo Dourado passámos por Chiang Rai para visitar o famoso Templo Branco, trata-se de um templo construído há poucos anos mas que recebe muitos turistas, o que torna a entrada demorada, e no seu interior podemos encontrar pinturas de super-heróis (mas não só), mas infelizmente não fiquei com nenhuma fotografia do interior (não me recordo se não é permitido ou se apenas não tirei).


No regresso fomos visitar a tribo das mulheres girafas, Karen Long Neck, somos levados por um trilho até um pequeno complexo de casinhas de madeira dispostas numa espécie de U, que na realidade são bancas com artefactos e roupa para venda, é-nos dada alguma informação sobre a tribo e sobre os anéis que as mulheres colocam à volta do pescoço, as mulheres da tribo estão completamente habituadas aos turistas e a serem fotografadas, esta era uma visita pela qual eu ansiava, contudo a sensação final foi de pouca autenticidade porque a ideia com que fiquei foi que aquela tribo permanece naquele local especificamente para a visita dos turistas.


No dia 12 de Julho foi a vez da visita a um campo de elefantes, basicamente podemos passear em cima dos elefantes, ver um show com acrobacias e pinturas todas realizadas pelos elefantes e também podemos alimentá-los, infelizmente foi notório que naquele campo os elefantes não são muito bem tratados, e se fosse hoje já não teria feito aquele tour, contudo devo acrescentar que nesse campo também nos proporcionaram um passeio de jangada, que foi uma experiência nova para mim e revelou-se bastante agradável, o passeio é suave, junto à água, e podemos desfrutar da paisagem em câmara lenta.


No dia 13 de Julho, dia do meu aniversário, voei de novo para Bangkok, uma vez que optei por dividir a viagem dessa forma mas nem me lembro porquê.

Basicamente o único plano para esse dia era visitar o Wat Arun ao pôr-do-sol, contudo como o templo estava a ser restaurado não foi possível subir mas aproveitei para visitar o resto, apreciando a arquitetura diferente e colorida que o caracteriza.

Esse dia ficou marcado como sendo o pior dia da viagem, foi o único dia no qual choveu imenso, fiquei completamente encharcada, e no qual tentaram cobrar-me um preço 10 vezes superior ao normal para me deslocar de barco até à outra margem do rio mas ainda assim foi um excelente dia de anos, não acham?


No dia 14 de Julho tinha reservado um tour para Ayutthaya, onde nos dão a conhecer um pouco da história da antiga capital da Tailândia.

Nesse tour de um dia os nossos olhos são inundados por templos, alguns mais destruídos e outros nem tanto, e muitos budas decapitados (a maioria), é sem dúvida uma visita a não perder para quem for dar um saltinho à Tailândia.


Uma das coisas que me encantou neste país, além das pessoas que são simpáticas e muito sorridentes, foi a comida de rua, é ótima (desde que não me esqueça de pedir "no spicy") e o preço muito barato, sendo que também é possível comprar uns saquinhos de fruta já lavada e cortada e podemos ir pela rua a comer usando um palito (grande) que nos dão, achei prático e uma opção muito saudável.

Para o dia 15 de Julho, não tinha nada planeado, mas como já tinha deambulado bastante pela cidade, acabei por reservar um tour para ir conhecer a praia tailandesa.

Fomos até Pattaya, onde apanhámos um barco para ir até à Ilha Coral (Koh Larn).

Sinceramente adorei a ilha, tem areia branca, a água azul e com uma temperatura perfeita, fiquei encantada por aquele pequeno paraíso e decididamente que fazer aquele tour foi a melhor decisão que tomei para o último dia de viagem.


Na última noite perdi o amor ao dinheiro e decidi ir jantar na torre mais alta de Bangkok, a Baiyoke Sky Tower, sendo que o jantar era buffet, muito caro e o horário para a refeição limitado (porque cheguei tarde), mas a vista sobre a cidade era soberba, no fim pareceu-me ser o final perfeito para este primeiro encontro com a Ásia.


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