Uma coisa engraçada sobre viajar é que quanto mais viajas mais queres viajar, é uma espécie de vício.
Depois da minha primeira grande viagem, já aqui referida em diferentes publicações, fiquei com as finanças em baixo, então arranjei trabalho e aproveitei para fazer pequenos passeios, mais próximos de casa (relativamente).
Em 2018 fui conhecer o Porto (algo que há muito queria), até porque nas minhas anteriores viagens em conversa com outros viajantes, muitos deles já haviam visitado Portugal, nomeadamente Lisboa e Porto, e eu sendo portuguesa ainda não conhecia o Porto...ora isso não podia ser não é?!
Pois bem, nesse ano lá fui eu conhecer o Porto e fiquei encantada, recomendo muito, é uma cidade super carismática, daquelas cidades onde decididamente se vai querer voltar uma e outra vez.
Conjuguei essa visita com o meu aniversário pelo que acabei por gastar mais do que devia, mas certamente podia caso contrário não o teria feito 😅.
Aproveitei não só para conhecer os pontos principais e por demais falados da cidade do Porto, como também para fazer um tour de 1 dia ao Douro, o que já deu para desfrutar das excelentes vistas e sabores que o Douro nos proporciona, incluindo um pequeno cruzeiro pelo rio, muito característico e sem dúvida imperdível, e ainda tivemos direito a um almoço com uma vista simplesmente brutal.
Uma das melhores experiências que tive nem sequer foi no Porto mas em Vila Nova de Gaia, de onde se pode apreciar visualmente a zona ribeirinha do Porto, existem alguns miradouros e muitas esplanadas, onde é possível apenas relaxar a beber um belo vinho do Porto e a apreciar a paisagem de belos edifícios coloridos.
Nesse mesmo ano aproveitei para visitar o nosso país vizinho, mais concretamente Málaga, e que dizer...ok é uma cidade à beira mar, tem uma zona história muito interessante mas não me seduziu assim muito, mas é uma cidade bonita e digna de conhecer, não me interpretem mal.
Dei um saltinho a Ronda, que nos últimos anos tem sido descoberta pelos viajantes e devo confessar que adorei, tem qualquer coisa de mágico com aquela ponte e a maneira como se encontra dividida pelo desfiladeiro, aconselho todos a irem visitar, não é muito grande por isso é algo que podem incluir em qualquer roteiro pelo sul de Espanha.
Algo que eu queria muito fazer era percorrer o Caminito del Rei, é muito conhecido por isso já devem ter ouvido falar, mas não é para todos, embora a mim não tenha causado nenhuma impressão porque a forma como agora está construído é bastante sólida, e acaba por nos deixar mais seguros, muito mais do que o caminho original, garantidamente.
Uma coisa que me deixou surpreendida foi o facto de após chegarmos de autocarro a uma vila/aldeia próxima do Caminito, não existir nenhum outro transporte, além do táxi, para irmos até à entrada do percurso.
Já para regressar a história é outra...perto do final do percurso encontrámos uma pequena estação de comboios onde foi possível apanhar um comboio de regresso a Málaga, bastante mais simples (não sei se continua em funcionamento mas espero que sim).
Em 2019 fui conhecer um pouco mais de Marrocos, mas desta vez fui com os meus pais, fomos a Fez, e fizemos um tour a Chefchaouen e outro a Meknes e Volubilis.
Os tours deixam sempre a desejar, não temos liberdade para ver tudo o que queremos ou pelo tempo que queremos, contudo às vezes são bastante práticos, principalmente quando se trata de uma viagem curta.
Volubilis foi uma cidade romana, estando as suas ruínas inscritas na lista do Património Mundial da UNESCO desde 1997, a meu ver merecem a visita, conhecer mais do passado é sempre uma boa ideia, não concordam?
No que diz respeito a Chefchaouen fiquei maravilhada, ok é demasiado turístico, não há como negar...mas ainda assim foi encantador percorrer aquelas ruazinhas azuis, com lojinhas de tudo e mais alguma coisa a colorir ainda mais o nosso percurso.
Quanto a Fez posso dizer que gostei bastante, ficámos muito perto da Medina, que é a zona mais bonita e mais interessante, pelo menos na minha modesta opinião.
Fomos conhecer um dos curtumes de Fez, o Chouara Tannery, é de facto impressionante e merece a visita, embora o cheiro não seja agradável 😆.
Resumindo, Marrocos é sempre uma boa ideia, é perto de Portugal mas tem tantas diferenças em relação ao nosso pequeno país, e isso é o que mais me agrada, as diferenças culturais, o contacto com as diferentes realidades que existem nesse Mundo.
Não sei se acontece o mesmo com algum de vocês, mas depois de fazer alguma viagem acompanhada fico sempre com muita vontade de viajar sozinha...escusado será dizer que prefiro viajar sozinha, embora reconheça que ter companhia às vezes também é muito agradável.
Nesse mesmo ano optei por fazer uma escapadinha a Dublin (aquela que seria a minha última viagem antes da pandemia 😤).
Vou admitir que esta viagem foi um grande capricho, estava quase sem dinheiro mas ainda assim resolvi reservar os voos e ir...
O que acontece quando se tem o dinheiro contadinho em viagem?
As visitas turísticas são limitadas e no meu caso as paragens para "café" também tiveram que ser bem pensadas 😅.
Programei o que queria mesmo visitar, aquilo que era mesmo imprescindível, o que basicamente era o Castelo de Dublin, a Catedral St. Patrick's, a Catedral da Santíssima Trindade, o Dublinia, a Galeria Nacional da Irlanda, o Trinity College, o Phoenix Park, sendo que também queria percorrer o trilho que liga Bray a Greystones, tendo em conta que algumas destas coisas são gratuitas o meu orçamento dava perfeitamente.
Vou começar já por falar sobre o trilho uma vez que foi um dos pontos altos da viagem, é pouco movimentado e tem vistas esplêndidas sobre Bray, mas é bastante extenso pelo que fazer ida e volta torna-se demasiado, recomendo que seja percorrido no sentido Greystones-Bray, sendo o oposto do que fiz, já que a parte mais bonita desse trilho é perto de Bray e assim acabam por ser surpreendidos pela positiva.
Relativamente ao Castelo de Dublin e à Catedral St. Patrick's acabei por não visitar, apenas vi por fora, face ao tempo e ao dinheiro que tinha achei que mais valia ficarem fora do roteiro (se calhar até foi má decisão mas foi o que decidi na altura).
Foi uma viagem curta mas muito cansativa, uma vez que percorri Dublin sempre a pé, tal como eu gosto.
Gostei do Parque Phoenix, é um agradável e grande espaço verde no meio da cidade, fez-me lembrar, de certa forma, o Central Park em NY, embora esse seja muito mais bonito.
Dublin tem um estilo que me agrada, com a arquitetura antiga misturada com o colorido das flores que decoram muitas fachadas, tornando um prazer percorrer aquelas ruas a pé.
A Galeria Nacional da Irlanda merece uma visita por todos os apaixonados pela arte, ainda mais tendo entrada gratuita, o que me deixou surpreendida e muito satisfeita, quanto ao Dublinia já não me lembro quanto paguei mas fiquei agradada, trata-se de um Museu com foco na história Viking e Medieval da cidade, mas com recriação de cenários da época, ou seja, não é aquele típico Museu e não só mas também por isso já vale a pena a visita.
A visita ao Trinity College foi interessante, é uma Universidade com muita história e somos guiados por um aluno o que torna a experiência ainda melhor, de realçar a biblioteca maravilhosa que possui.
Assim foram as minhas viagens nesses 2 anos, 2018 e 2019, curtas mas sempre enriquecedoras 😊.
Depois veio a pandemia e todos sabemos o resultado...uma pausa prolongada nas viagens mas vamos manter-nos positivos e pensar que a próxima viagem está já ali ao virar da esquina ❤.
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