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Foto do escritorIolanda Pinto

Pura Vida!

A Costa Rica foi o segundo destino desta minha grande aventura.

Tinha curiosidade em conhecer até porque adoro natureza, o verde e os animais mas sabia muito pouco sobre o país e sobre as pessoas.


Fiquei 31 noites, sendo que a primeira e a última foram passadas em San José, que é a principal porta de entrada e saída do país e as restantes foram passadas na zona da Baía Drake, onde fiz o meu primeiro voluntariado.

Antes de mais quero dizer que a Costa Rica é bem mais cara do que pensei, o meu orçamento não previa isso e acabei por ter que alterar os meus planos mas já lá vamos...

De San José não fiquei a conhecer muito, além de ter algumas zonas perigosas também não tem assim muito para ver, apenas percorri uma rua central e a principal zona turística, vi muitos policias, imensos mesmo, então senti-me sempre muito segura, o suficiente para andar à noite a explorar um bocadinho mas sempre próximo à zona turística confesso.


Na manhã seguinte apanhei um autocarro, um barco e um táxi (carrinha de caixa aberta) para chegar ao meu destino, foi um dia longo, cansativo e muito dispendioso.


O voluntariado que fiz nesta zona foi pago, 15$ por dia mas com alojamento e 3 refeições diárias, incluindo nos dias de descanso, o que compensa bastante e acabou por ser bom para o meu orçamento, por isso em vez de ficar apenas 3 semanas como era suposto, para depois ir conhecer outras zonas da Costa Rica, resolvi ficar as 4 semanas nesse voluntariado.

Bem, naquela zona não há assim muito para fazer, pelo menos sem gastar dinheiro, mas a casa onde fiquei encontra-se muito perto da praia, o que me permitiu assistir a belíssimos entardeceres todos os dias, dos mais bonitos que alguma vez vi, com uns tons cor de laranja impressionantes, só vendo mesmo.


O trabalho variava de dia para dia, sempre dentro das mesmas 3 ou 4 coisas, apenas trabalhava de manhã e de 2ª a 6ª feira, na minha opinião estava muito bem organizado.

Havia sempre um dia da semana que era dedicado a limpar a praia, o que eu adorei porque embora fosse apenas uma praia pelo menos sabemos que aquele lixo já não volta para o mar, é um trabalho importante que devia ser feito mais vezes, por mais pessoas e em todas as praias.


Nos outros dias podíamos apanhar as folhas do espaço aberto que rodeava as casas, ajudar na construção de um restaurante que aquela família vai abrir no futuro, ou outras pequenas tarefas que sejam necessárias, por vezes era um pouco cansativo mas no geral fazia-se bem e acaba por ser uma troca gratificante, não fiquei com fotografias nenhumas porque estando a trabalhar nem me lembrava disso...


Todas as tardes e os fins de semana eram livres e podíamos fazer o que quiséssemos, sempre lembrando o horário das refeições para não as perdermos, muito importante essa parte 😆.

Aliás devo referir que, de toda a viagem, aqui foi onde consegui ter uma alimentação mais saudável, quase vegetariana, muito à base de arroz e feijão mas sempre variava alguma coisa, sendo que até acabei por me habituar e gostar do pequeno-almoço, gallo pinto, que consiste em arroz e feijão mas cozinhado de uma forma muito saborosa e normalmente acompanhado de ovo frito, por vezes queijo ou banana frita, comíamos o mesmo que os locais e só isso já era um privilégio no âmbito da viagem.


Conheci vários viajantes que também ali ficaram ou que estavam nas proximidades, mas além disso conheci muitos locais, desde logo a família com a qual residi e amigos destes, com os quais tive a oportunidade de falar espanhol, até porque não falam outra língua por isso teve mesmo que ser, mas foi ótimo porque acabei por aprender bastante e consegui começar a falar espanhol com mais confiança.


Uma atividade que me permitiu contactar mais com os locais foi o voleibol...é incrível o estilo de vida daquelas pessoas, trabalham bastante mas também fazem questão de manter tempo livre para aproveitar e fazerem algo que gostam, e eles adoram jogar voleibol 😄, várias vezes por semana (3 ou 4), a partir das 15:30, encontrávamo-nos no campo de voleibol para jogar, mesmo ao lado da praia, umas vezes apareciam mais pessoas outras vezes menos mas era sempre muito divertido, uma mistura de voluntários (estrangeiros) e ticos (locais).

Eu não jogava há muitos anos mas aos poucos acabei por ir melhorando, por vezes havia alguma competição e todos queríamos jogar o melhor possível para ganhar mas sempre com um espirito de diversão.

Depois dos jogos era hora de assistir ao pôr-do-sol, íamos mergulhar no mar e ficávamos a assistir a essa maravilha natural que é a passagem do dia para a noite, sem dúvida que estas acabaram por ser das melhores memórias deste tempo passado na Costa Rica.


Algumas vezes aproveitei para caminhar sozinha pela praia, é algo que gosto muito de fazer, embora tivesse sempre a companhia da cadela da família, a Nala, uma companhia bastante simpática menos quando ela decidia deitar-se na minha toalha deixando-a toda suja com aquela areia negra.

Eu não sou propriamente uma pessoa que adore praia, é claro que gosto mas não para estar lá muito tempo, consigo ficar 2 ou 3 horas a observar o mar, a relaxar, mergulhando na água de vez em quando mas mais tempo do que isso aborrece-me, além de ter sempre que colocar protetor solar senão fico toda vermelha, por isso acabava por ir para a praia por volta das 16:30, quando o sol já não era tão forte e demorava cerca de 2 horas para se pôr, era perfeito e acabei por ir todos os dias à praia obviamente.


Tive oportunidade de fazer algumas pequenas visitas, gratuitas, nos tempos livres, com outros voluntários que conheci, malta muito simpática felizmente 😊.

Num domingo, que tinha planeado não fazer absolutamente nada além de lavar a minha própria roupa 😅, deixei-me convencer em ir numa pequena aventura para conhecer outra praia junto ao rio, contudo o caminho que fizemos até lá era um pouco perigoso...basicamente fomos por um trilho onde tivemos que subir e descer um monte mas onde estavam muitas pedras soltas e folhas, tornando o piso escorregadio e não havia nenhuma proteção, passada essa parte tivemos que ultrapassar várias rochas grandes, sabem aquelas que separam pequenas praias umas das outras?! Essas mesmo, subíamos e descíamos, várias vezes, tive algum receio confesso mas fomos com cuidado e acabou por correr tudo bem, chegámos à praia sãos e salvos e aproveitámos um pouco a calma da água, uma vez que na praia normal o mar é um pouco agressivo, dá para entrar na água mas é preciso ter algum cuidado.


Noutra ocasião decidimos ir conhecer uma pequena cascata, que algumas pessoas diziam que ficava a cerca de 3 horas de distância a pé, outras diziam que era apenas 1 hora e meia, enfim resolvemos arriscar e afinal só demorámos 1 hora e 15 minutos a chegar.

A cascata era pequena, provavelmente na época das chuvas fica bastante maior, mas a água era fresquinha e tinha uns peixinhos que nos mordiscavam, acabou por ser tipo um spa 🤣, uma vez que foi um passeio gratuito valeu a pena e foi divertido.


Próximo do local onde estava a residir encontra-se um Mirador que obviamente tivemos que ir mirar...o trilho é sempre a subir, com terra, folhas soltas e raízes das árvores salientes, pelo que foi necessário ir com muito cuidado uma vez que não existe qualquer proteção, mas não demora muito tempo a subir e a vista é bonita, sendo que o Mirador não tem lá nada, e só um espaço aberto no cimo do monte, mas acho que vale a pena o esforço.


Quanto a visitas pagas também as fiz mas muito poucas, porque são realmente caras!

Acabei por ir conhecer outra vila, Puerto Jimenez, fui com os meus anfitriões por isso não paguei assim muito mas a localidade não me atraiu para ser sincera, sendo que até acabámos por ver um cadáver na praia, o que foi bastante desagradável e acho que foi a primeira vez que vi algo do género.


A segunda visita paga foi ao Parque Nacional Corcovado e foi uma pequena fortuna (97€), mas supostamente é o Parque com mais biodiversidade e tal e diziam que valia a pena.

Fomos de barco até ao Parque, o que demorou mais de 1 hora mas foi agradável, depois começou a visita com um guia, que conhece muito bem todo o Parque e que tentou que víssemos o maior número possível de animais, acabámos por ver 2 espécies de macacos (macacos-aranha e macacos-uivadores), vimos um ou dois tapir, uma preguiça bastante escondida, e mais uns pequenos mamíferos e roedores mas que não recordo o nome, também vimos borboletas morfas, que são enormes, castanhas por baixo e parecem azuis por cima mas o guia disse ser apenas um reflexo, se bem que essas já as tinha visto próximo da casa onde estava a ficar, mais concretamente no caminho para a praia, bem como outra espécie de macacos e pirilampos.

No final da visita acabei por achar que o preço foi demasiado elevado para aquilo que se viu mas paciência, às vezes é assim 🤷‍♀️.


Já que toquei no assunto dos animais, a Costa Rica é famosa por ter muitas espécies de animais, entre os quais aranhas e cobras, e devo dizer que também os vi algumas vezes e mais perto de mim do que queria 😅, mas não tenho fotografias porque preferia "fugir" do que parar perto desses animais.

Logo num dos primeiros dias deparámo-nos com uma aranha na cama da outra voluntária, o que fez com que nos dias seguintes inspecionasse tudo bem assim que entrava no quarto, sendo que voltei a encontrar aranhas, grandes, na casa de banho e na zona fora do quarto, nunca achei agradável mas aos poucos fui lidando melhor com a situação 😅.

No caminho que fazíamos para a praia também vimos alguns pequenos animais, principalmente à noite, mais aranhas, algumas cobras, escorpiões (um destes uma noite lembrou-se de passear no tronco onde eu estava sentada e tive sorte de o ter visto).

Também vimos caranguejos, sendo que estes últimos não me causam medo mas uma noite (depois de ter chovido muito durante o dia) eram tantos que tornava-se difícil caminhar sem pisar nenhum, foi uma experiência deveras interessante, sendo que o principal motivo que nos levou a sair nessa noite foi para tentar ver crocodilos a passar do rio para o mar, o que acabou por não acontecer mas foi uma aventura divertida.

Por diversas vezes ao passear na praia pude ver e apreciar papagaios, uma vez que existem amendoeiras naquela zona e eles gostam muito dessas árvores.


Nesse tempo que estive em Baía Drake tive a oportunidade de participar em algumas fogueiras noturnas, qualquer desculpa era boa para se acender uma fogueira, podia ser para nos despedirmos de algum voluntário, para celebrar o aniversário de alguém ou apenas porque sim 😁, é claro que umas eram mais divertidas do que outras mas numa dessas noites resolvemos ir nadar no mar, com muitas duvidas se seria perigoso ou não lá acabámos por entrar (o mar estava calmo), e qual não foi a minha surpresa quando com os nossos movimentos na água começámos a ver luminescência, da qual eu já tinha ouvido falar que existia ali mas que ainda não tinha visto, pensava de ser possível ver apenas a olhar para as ondas à noite mas afinal era necessário entrar na água, foi um momento mágico que aproveitámos por poucos minutos, até chegar uma onda grande que nos assustou e nos fez correr para fora de água.


Foram dias maravilhosos estes passados na Costa Rica, o que em muito se deve à simpatia dos locais, que nos ofereciam pipas (cocos) para beber a água e comer o interior, e que eram muitíssimo boas, que nos deixavam experimentar algumas frutas com nomes estranhos e das quais nunca tinha ouvido falar e que nos deixaram entrar na vida deles partilhando connosco vários momentos, quer fosse a jogar voleibol, a preparar o jantar, uma festa de aniversário de criança, ou apenas a caminhar até ao mercado local.


Mas há sempre um senão...neste caso foi a quantidade de picadas com que fiquei durante todo o tempo que lá estive, devido aos mosquitos mas também a pulgas da areia (ou lá como se chamam), a comichão era horrível e não parava de me coçar por isso acabei por ficar com muitas marcas, bastante feias mas felizmente acabaram por desaparecer.


Sei que ficou muito para conhecer da Costa Rica contudo posso afirmar que fui muito feliz nesta minha passagem por esse país e não trocava esta experiência por nada, porque foi das experiências mais enriquecedoras que tive, todo aquele contacto com as pessoas locais encheu-me o coração e parti com muita pena de partir e com a promessa de voltar um dia (para a temporada das tartarugas) 😊💚.


Mas a tristeza do adeus não durou muito porque estava na hora de ir conhecer um país que há muito fazia parte da minha lista e que há muito ansiava conhecer, que país será esse?

Vou contar-vos tudo no próximo post 😉.

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